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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Professorinha!

Na quarta série do ensino fundamental,tinha uma professora brava e arrogante.
Ela era amiga da minha irmã mais velha,então eu a respeitava mais por isso.
Como mestra eu tinha antipatia dela.
Sempre respondia com resmungo,xingava ela sem deixar que ouvisse.
Ela tinha uma palmatoria,um pedaço de madeira com a cabeça de forma redonda do tamanho exato da palma da minha mão.
Eu diria até que sem que eu percebesse,alguém tirou minha medida,para fazer aquele objeto de tortura.
Quando percebia meu mal comportamento,me chamava na frente da turma e dava varias palmadas na minha mão,que ficava inchada e redonda também.
Eu não soltava um som,os olhos enchiam de água e eu as segurava.
Seria vergonhoso demais chorar ali em pé!
Todos olhando para mim!
E eram amigos,vizinhos e não só colegas de escola.
Iamos e voltavamos juntos todos os dias da aula, a maioria para a mesma rua.
Naquele dia eu não prestava atenção no que ela falava,e ela percebeu.
A professora Laurinda me chamou de retardada.Eu mandei ela para a pqp...
No final da aula,ela sentenciou:Apontou para mim e disse que estava de castigo,ia ficar meia hora,alem do hórario normal da saida.
Meus colegas foram para casa,e na minha rua encontraram com minha mãe.
Com a mão na cintura perguntou por mim.
Ficou sabendo do castigo e foi me buscar no Grupo Escolar.
Eu fiquei tranquila,sai da sala assim que todos se foram.
Minha irmã trabalhava na cantina e fui para la,comer mingau.
Por sinal delicioso,porque era feito com muito carinho!
Sentei na beirada do fogão de lenha,onde minha irmã mexia um enorme caldeirão.
Ela me serviu aquele prato caprichado,quando ia com a colher na boca,a primeirinha,
ouvimos a voz da nossa mãe!
Saimos da cozinha e olhamos, já se aproximando era ela mesma!Armada com uma carabina!
Falando alto e perguntando aonde estava a f,da p,da professora que colocou de castigo sua filhinha? Eu né...
Que susto!
Minha Nossa Senhora!
Todos os Santos venham em socorro!
Fiquei apavorada!
E ela procurando a escola toda até debaixo das mesas,nos armários ,de arma em punho.
E xingava.
Eu, mãe! Pelo amor de Deus não mata ela,que não presta,mais não é o caso.
Ela andava para lá e para cá,com a espingarda nos ombros,nem me via,me ignorava totalmente.
De repente parou e disse: Já sei vou atrás dela em casa.
Ela deve esta escondida debaixo da cama;Era uma cidade muito pequena,uma coisa daquela,todos já sabiam.
E foi atrás da mestra.
Minha irmã foi junto tentando demove-la do intento.
E eu fui para casa,com medo de uma desgraça.
Logo ela chegou em casa reclamando e xingando que não tinha achado a filha de uma égua.
Passado uns 15m,eu ja tranquila tinha esquecido tudo,porque criança tem esse maravilhoso recurso.
Brincava com minha turma no quintal da nossa casa,já toda felizinha.
Quando de repente escuto uma duscursão na sala,a voz da minha mãe.
Corro para dentro da casa acompanhada dos amigos e avisto a seguinte cena e escuto.
Era o delegado la de pé no centro da sala, com sua guarnição que só tinha um soldado.
Dona Joaninha,recebi uma queixa na delegacia.
A queixosa é nossa dignissima professora Laurinda Xavier Carvalho de Sousa.
Ela denunciou a senhora por ameaçar contra a sua vida.
Estou aqui embutido de minha autoridade para desarma-la,me entregue a carabina.
Minha mãe (que Deus a tenha em um bom lugar).
Com a mão na cintura,sua pose era sempre essa,enfurecida olhou bem para ele deu aquela pausa e disse:
O senhor e mais quantos vão me tomar a espingarda que meu Nestor deixou para mim.
Esta pobre viuva tem apenas esta arma para defender seus filhos.
Como o senhor que era amigo dele,do meu finado e amantissimo marido,pode vim ate a minha casa fazer uma desfeita desta?
Ouvindo calado aquele discurso tão inflamado,e já compadecido da pobre.
Pediu mil desculpas, despediu e se foi.
Eu olhava para ela,sem entender nada.
Quantas vezes ouvi ela xingando aquela maldita espingarda que não valia nada.
Nunca mais deu um tiro ,de tão velha e enferrujada!

domingo, 20 de abril de 2008

PESADELO

Maria na cozinha preparava o almoço.

Frango assado com molho de laranja,arroz branco,angu e quiabo.

Naquela lida,começou ouvir musica sertaneja que vinha do som da vizinha.

Ai que dureza pensou!Eu que gosto de samba e MPB,talvez um pop.

Seria muito bom,prazeiroso ate,ficar cozinhando e ouvindo um som,

e ouviu outro tipo,vinha de uma televisão da sala.

Alguém assistia um jogo de vólei!

Nossa...jogo pela TV misturado ao som da vizinha,começou a ficar triste.

A tristeza entrava pelos poros invadindo sua alma,de repente começou a sentir um cheiro.

Um outro vizinho,mais próximo passava verniz na madeira de algum móvel.

De repente,o cheiro espalhou para a cozinha,a casa toda a comida também cheirava a verniz!

Minha gente,deixe um cantinho para mim que tenha o aroma das flores,do mato da terra.

Maria pensou.A tristeza aumentou,agora podia sentir ela a sua volta,quase palpável!

Podia pegar uma daquelas ferramenta que havia ali,facas,tesoura e corta-la!

Como tinha feito com o frango,cebola,batatas e o quiabo.

Podia picar a tristeza em tabletes,fatiar e ate em grande pedaços.

Ensaca-la colocar la fora para o caminhão da limpeza levar,será que tinha aterro emocional,,,,

Pensou,talvez ali longe das pessoas comuns haveria um enorme buraco,onde era jogado os sentimentos negativos os feios.

Distante o bastante que ela nem nunca chegaria perto,mesmo os urubu e aqueles catadores que se ouvia falar no noticíario da TV!

Será que tinha uma ave prima ou irmã daquela ave negra,tinha que ser negra,para se alimentar de emoções descartadas, sujas,fedidas.

Maria ali mesmo foi caindo lentamente,pesava tanto seu corpo que não tinha forças para desabar de uma vez.

Ficou imóvel sem conseguir piscar um olho.

Apagou!

Acordou horas depois na sua cama,com a cabeça no travesseiro,coberta com uma colcha.

Olhou em volta e sorriu,nossa que sonho mais cabulozo!

terça-feira, 8 de abril de 2008

ACAMPANDO...


Terça-feira, 8 de Abril de 2008

ACAMPANDO NAS MARGENS DO RIO CARAÇA...
Sempre saímos no final de semana da cidade, para acampar.Fui numa sexta-feira,depois do trabalho 19h mais ou menos.Deixamos para trás,o barulho,o transito,o chefe a famiília e os queridos vizinhos.Pegamos a estrada eu e meu gato.O carro,um fuscão vermelho que batizei de Abraanhão.Não só para homenagear,mas por ser da mesma geração praticamente.Ele ficava na porta do meu trabalho,com tudo dentro.Todo equipado para a aventura.Barraca,colchonetes,travesseiros roupa de cama mesa e para o corpo.Fogareiro,jogo de panela e utensílios variados,para preparar e consumir os alimentos.Devidamente escolhidos e alguns pré-prontos.Como os legumes, levava cozidos com casca embalados separadamente.Iam tudo na caixa de izopor junto com as carnes para churrasco, com muito gelo em barra para durar mais.Afinal era acampamento selvagem!Sem banheiro,energia elétrica,tudo no improviso.Banho no Rio Caraça,geladooooo...Banheiro? No matinho.Chegamos,armamos a barraca,organizamos o movimento.Carvão nas pedras,espeto na carne e cerveja gelada.Satisfeitos,íamos nos lavar no rio,apenas molhava as pontas dos dedos e passava nos olhos.Na boca e nas partes mais nescessaria de limpeza.Dormimos ao ar livre!Só nos colchoes!Ao acordar,meu bem disse que ai comprar uma galinha e quiabo.Para o nosso almoço, saiu do acampamento as 7h depois do café. Notei que tinha chegado mais campistas,ao todo éramos em 3 barracas.
Passei o dia fazendo amizade,tira-gosto e jogando baralho.
Meu bem chegou as 19h no campig,acompanhado de uma galinha.
Como saiu para conseguir uma para o almoço,quis saber porque demorou 12hs para voltar.
Ele explicou:Saiu se informando com o povo da cidade quem tinha galinha para vender,
Encontrou um rapaz muito atencioso,que levou ele ate a casa de uma senhora.
que comercializava a penosa,comprou e foi convidado gentilmente para tomar uma pinga.
Prontamente foi obrigado a aceitar,não podia ser descortês.
A pequena e agradável cidade tinha apenas uma rua,com uma Igreja Católica,
e dezenas de butecos.Fizera um tour por todos eles tomando uma.
Enquanto me contava o acontecido,colocava a penosa de pé,e ela caia de lado,
tornava a colocar, ai ela caia do outro lado.
Entendi falei, a bichinha ta de pilequi,alias os dois estavam.
A galinha não parava de pé,ele estava melhorzinho,por ser maior,e estar acostumado com álcool.
Coloquei ele para dormir depois de um banho geladoooo no rio.
Soltei a pobre embriagada,e deixei por ali.
Ao acordar procurei por ela,tinha desaparecido.
Ainda bem, pensei aliviada,desta vez ela escapou de ir parar na panela.
E eu de não precisar matar um bicho,Deus me livra!